Com a chegada do dia das mães, a felicidade em muitos lares ganha mais brilho por todos os lados. Ouve-se sobre a beleza ou os desafios da maternidade, discute-se sobre a escolha de querer ou não gerar uma criança e se conversa como é ser mãe nos dias atuais. Independentemente das opiniões, escolhas ou conflitos, muitas mulheres sonham infinitamente em gerar um filho, no entanto, são surpreendidas com o diagnóstico de doenças que podem impedir a realização desse desejo. Com os avanços da medicina e novas tecnologias aliadas à ciência, hoje, complicações em que antes levariam especialistas a não aconselharem a maternidade já não são mais tratadas da mesma maneira.
Um exemplo disso é o câncer de mama que, mesmo raro em mulheres jovens se compararmos aos casos de mulheres com mais de 40 anos, quando se inicia o tratamento, deve-se levar em consideração o desejo da maternidade e a melhor orientação para a paciente. “Um cuidado que nós sempre temos é que essa mulher não engravide durante o tratamento, pois, nesse caso temos que trocar a abordagem ou pará-lo para não haver prejuízo à gravidez”, explica Rogério Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Fenile esclarece que por conta de vários mitos que envolvem a doença, muitas mulheres temem a impossibilidade de uma futura gestação, mas há esperança com base cientifica. “Hoje, a qualidade terapêutica e as taxas de cura são muito maiores do que anos atrás. Por isso, optamos por aguardar até dois anos após o término do tratamento para orientar a tentativa da gestação. Também, quando a opção terapêutica puder afetar a fertilidade feminina, indicamos o congelamento de óvulos e o mesmo período para buscar esse sonho”, destaca o mastologista.
Outra doença em que a maioria das mulheres pensam na impossibilidade da gestação é a endometriose. A infertilidade é um dos sintomas mais conhecidos desta doença, que afeta cerca de oito milhões de brasileiras, sendo um dos principais indícios para o diagnóstico. Um caso muito recente e que pode exemplificar que a maternidade é possível, mesmo com a presença da endometriose, é a gravidez da atriz e apresentadora Tatá Werneck. Ela relatou que estava prestes a fazer a cirurgia, para tratar a doença, quando recebeu a notícia.
“O que buscamos deixar claro é que a endometriose pode dificultar uma gravidez, mas que com o tratamento correto esse sonho pode ser realizado. Algumas pacientes vão ter mais dificuldade e necessitarem de fertilização, já para outras, basta a tentativa natural”, conta o ginecologista e obstetra, especialista em endometriose, Dr. Marcos Tcherniakovsky, professor na Faculdade de Medicina do ABC. Ainda segundo o especialista, cerca de 50% das mulheres com endometriose não apresentam infertilidade. “Para as que apresentam, nós estudamos o caso e oferecemos as melhores orientações”, complementa Tcherniakovsky .
A gravidez tardia também é um fator relevante, ou seja, uma gestação após os 35 anos. Isso por que, de acordo com a ginecologista e obstetra de São Paulo, Maria Elisa Noier, nessa faixa etária a reserva ovariana tende a diminuir. “Depois dos 40 anos, os riscos aumentam muito, independente da saúde da mulher. Nessa faixa etária, a pré-eclâmpsia, aumento da pressão arterial e de maior ganho de peso na gestação fazem parte dos riscos mais comuns após os 35 anos”, alerta a especialista.
Mesmo em uma gravidez tardia, se tomados os devidos cuidados, a mulher poderá viver ao máximo a felicidade que envolve este momento. “Fazer uma ultrassonografia morfológica com especialista em medicina fetal, manter o peso ideal, optar por hábitos saudáveis com a alimentação, praticar atividade física regularmente, não fumar, diminuir a ingestão de álcool e também estar em dia com o calendário de vacinas são essenciais para evitar problemas durante a gestação”, orienta Elisa.
Dr. Marcos Tcherniakovsky é Ginecologista e obstetra – Especialista em Vídeo-Endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia) e Endometriose. Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É médico responsável na Clínica Ginelife.
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